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Os novos rumos da comunicação corporativa pós Covid-19

06 maio 2020

Definitivamente, não vamos voltar ao normal. Ao menos aquilo que a gente julgava ser o normal antes de tudo isso acontecer. Será assim na vida familiar, no relacionamento com os amigos, nos hábitos de consumo, na forma de estudar, nas relações profissionais e de trabalho. Será assim no mundo corporativo. E vamos tratar aqui apenas dessa parte.

Fazer e não apenas falar

 

Se o compromisso com o meio-ambiente, o  combate ao trabalho escravo e infantil, a transparência da gestão e o compliance já eram fatores importantes na avaliação das companhias pelo mercado e pelo cliente, essas causas, que vão muito além da frieza dos números nos balanços financeiros, passarão a ter agora papel ainda mais relevante na decisão de investidores e no impulso de compra dos  consumidores.

No novo mundo, pós Covid-19, não bastará ter o discurso da correção e da ética, apresentar polpudos relatórios de responsabilidade social a cada final de ano.  Será preciso ir além, será preciso fazer, cada vez mais, ações que demonstrem ao público, de forma prática e perceptível, não apenas uma intenção, mas uma atitude realmente compromissada com o bem coletivo.

E é neste contexto, que vai exigir a transformação das companhias, que os profissionais de comunicação corporativa também terão a obrigação de se reinventar. Será preciso não apenas divulgar, fazer o trabalho de RP, de assessoria de imprensa, cuidar das redes sociais dos clientes. As agências de comunicação e os departamentos internos das empresas terão de atuar agora como criadores, formuladores de ações – e não apenas de estratégias – que valorizem as marcas e as incluam de fato nesse novo universo.

Engajamento: palavra-chave

 

Estes longos meses de quarentena, com comércio fechado, atividades econômicas praticamente paralisadas e muita incerteza no ar abriram por outro lado um novo caminho para a comunicação corporativa. Em uma entrevista ao Estadão, Washington Olivetto sentenciou: “não é hora de as empresas venderem, é hora de informar”. De demonstrar solidariedade e, principalmente, engajamento no contexto em que estão inseridas. Uma tarefa que, para ser cumprida, teve de ser assumida também por profissionais de comunicação corporativa que precisaram se desdobrar para atender a essas novas demandas.

Nós, aqui na Press, compreendemos o recado. Nossas equipes ajudaram a planejar e executar ações fundamentais para o posicionamento de nossos clientes durante a crise.

Para a M.Dias Branco, líder nacional na produção de massas e biscoitos, trabalhamos na construção de uma campanha de incentivo à doação de sangue em seis estados, com a doação de R$ 2,4 milhões, inclusive para pesquisa hematológicas em torno da Covid-19, além de alimentos entregues a entidades de apoio a populações carentes.

Estivemos também ao lado da Tirolez que decidiu doar R$ 1 milhão a entidades médicas e sociais empenhadas no combate ao coronavírus;  da Verallia, fabricante de embalagens de vidro, para quem criamos uma ação de reconhecimento ao esforço dos caminhoneiros durante a pandemia e da Abeaço, a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens de Aço, com uma campanha de conscientização sobre o descarte correto de luvas e mascaras, em recipientes separados aos de materiais recicláveis, para proteger a saúde de garis e catadores.

Ações como essas, com inegável impacto social, vão sobreviver à pandemia. Serão, sem dúvidas, um pilar fundamental na comunicação das empresas daqui para a frente. Esse tipo de posicionamento, e não apenas o foco no aumento das vendas ou na busca de visibilidade, é que irá constituir-se no “novo normal”. Valorizadas, bem quistas e mais consumidas serão as marcas que abraçarem uma causa do bem. Mas o fizerem de forma consciente, engajada e não por mero apelo comercial.

O que sua empresa pode fazer?

 

Ao quebrar um tabu histórico, de não citar empresas e marcas em matérias positivas de seus telejornais, a Rede Globo, através do quadro Solidariedade S.A, no Jornal Nacional, deu mais uma demonstração de o quanto a pandemia vai ter efeito transformador em todos os segmentos da sociedade, mas especialmente no mercado da comunicação corporativa.

E a sua empresa, o que vai fazer para entrar nesse mundo novo. E a sua agência de comunicação corporativa está pronta para assumir esses desafios? Pense nisso. Você estará pensando no seu futuro.

Luiz Fernando Gomes

Jornalista, foi repórter e editor no Jornal do Brasil, O Dia, TV Globo, Jornal da Tarde, Lance! e LanceNET! É sócio consultor para novos negócios e gestão de crises na Press.

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