Assessoria de imprensa deve ser proativa?
31 março 2017*Por Luiz Fernando Gomes
Imagine-se envolvido com alguma tarefa importante, ou mesmo em uma reunião de trabalho. A secretária lhe interrompe, transfere a ligação e do outro lado da linha está o seu assessor de imprensa: “temos alguma novidade para divulgar essa semana?”. Esta é uma pergunta clássica. Mas pouca coisa desgasta tanto a relação entre assessoria e assessorado, ao longo do tempo, do que ouvi-la repetidas vezes.
Na hora de escolher sua assessoria de imprensa, esse deve ser um fator decisivo: a proatividade. Fuja daquela agência que fica à espera de que você faça o trabalho dela, crie as pautas, sugira como tratar os assuntos, indique onde uma informação ou outra deve ser veiculada. Mesmo por que se você e a sua equipe forem fazer isso, você não precisa de assessor.
O papel da agência é buscar a informação. É acompanhar o dia a dia da sua empresa, do mercado em que você atua, do comportamento dos consumidores. Sugerir pautas que ajudem a construir sua imagem, a valorizar sua marca ou mesmo a aumentar seus negócios faz parte do escopo de trabalho da assessoria. Tudo, obviamente, muito bem enquadrado em uma estratégia de comunicação previamente aprovada pelo cliente.
Se por um lado tem a obrigação de buscar conteúdos, a agência tem o compromisso de que nada será divulgado sem antes obter o OK de sua interface na empresa assessorada. A relação agência-cliente é uma relação de confiança e de mão dupla. O assessor precisa ter acesso ao que se passa na empresa – até para não ser surpreendido pelo questionamento de um jornalista ou o estouro repentino de uma crise. Mas tem o dever de proteger essa informação, mantendo a confidencialidade e sabendo usá-la tão somente de acordo com os interesses da companhia. Assessor de imprensa, ainda que seja formado em jornalismo, não é jornalista, pois a missão dele é dar voz z quem não tem: você.
Uma assessoria proativa precisa ter profissionais antenados. A leitura diária dos jornais – um hábito em extinção – pode gerar ideias de pautas que possam incluir o cliente na discussão ou repercussão de determinado assunto, tirando proveito para a sua estratégia. Da mesma forma, o acompanhamento das redes sociais, dos blogs e canais de influenciadores pode, de um lado, identificar riscos e prejuízos à imagem, e, de outro gerar oportunidades de trabalhar positivamente a marca.
Como dizia aquele velho ditado popular – mais real do que nunca nesses tempos de mídia digital = “quem fica parado é poste”. Seu assessor tem de ser tão rápido e tão ágil como a informação que hoje em dia circula em tempo real.