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Fake news e a imagem das organizações

25 abril 2018

*por Luiz Fernando Gomes

A proliferação de fake news nas redes sociais é um tema que tem ocupado bom espaço na mídia. Mas este não é um mal que afeta somente a política, a economia ou a reputação de figuras públicas. Pode atingir em cheio, também, a imagem das organizações. E o que é pior: o “inimigo” pode estar dentro de casa.

Todos os dias, informações são compartilhadas o tempo todo por colaboradores, não só durante o expediente, mas em seus perfis “pessoais” de Facebook, Twitter ou Whatsapp. E nem sempre eles têm a capacidade – ou a vontade – de diferenciar mensagens verdadeiras daquelas que transmitem conteúdo falso ou de procedência duvidosa. E que podem causar um desastre.

Se um setor passa por reformulação, com o desligamento de um grupo de funcionários, é normal que isso gere uma preocupação que seja compartilhada por toda a empresa. O problema começa quando, como no velho dito popular, quem conta um conto aumenta um ponto. No século passado, a velocidade de propagação da notícia era outra. O canal usado era a chamada “rádio peão”, o boca a boca que gerava o tititi. Nos tempos de redes sociais, basta um clique para que, da matriz à filial mais longínqua, demissões isoladas sejam encaradas como uma crise financeira da companhia, o prenúncio de um passaralho geral ou do encerramento de atividades de alguma área ou unidade.

Pode parecer missão impossível, mas eliminar ou reduzir a disseminação de boatos nas organizações é um desafio que pode, sim, ser superado. O primeiro recurso é a transparência. Cabe as empresas manterem as informações sempre atualizadas nos canais internos, de forma clara e consistente. Para tanto, é preciso ter uma política bem definida de comunicação corporativa, com a atualização bem estruturada dos meios digitais e impressos e, o mais importante, com uma análise do feedback oferecido pelos colaboradores.

Lembre-se: a percepção gerada por uma informação vai além de intenção de quem escreve, está muito mais na forma como quem recebe.

Por isso, não basta comunicar. É preciso comunicar de forma correta e na velocidade certa. E isso não é uma tarefa do RH, mas de profissionais especializados em gerir a imagem das organizações, seja nos tempos de bonança seja, principalmente, nos momentos de crise. Ferramentas não faltam para isso. Das tradicionais, como o velho mural – sim, ele ainda pode cumprir um papel para determinado público – a intranet ou a newsletter, até o envio de e-mail marketings internos, ou uso das TVs corporativas, tudo é válido. Mas se podemos ir além, usar as mesmas armas de quem espalha os boatos é a melhor forma de preveni-los ou combate-los. Assim, por que não “invadir” as redes sociais com aquilo que os colaboradores precisam saber?

Um plano de comunicação bem estruturado pode fazer a diferença na imagem de sua empresa. Construir credibilidade é a melhor vacina contra o mal do fake news.

Luiz Fernando Gomes

Jornalista, foi repórter e editor no Jornal do Brasil, O Dia, TV Globo, Jornal da Tarde, Lance! e LanceNET! É sócio consultor para novos negócios e gestão de crises na Press.

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